Resíduos industriais: impactos, leis e boas práticas

Resíduos industriais

Os resíduos industriais estão presentes em praticamente todas as atividades produtivas. Esses materiais surgem como subprodutos inevitáveis da cadeia industrial e, sem o gerenciamento adequado, podem causar impactos significativos ao meio ambiente e à reputação das empresas.

Em contrapartida, uma boa gestão de resíduos é capaz de transformar esse desafio em oportunidade de inovação, eficiência e valor.

Assim, em um cenário cada vez mais exigente em termos de sustentabilidade e conformidade legal, empresas que lidam de forma estratégica com seus resíduos se destacam no mercado, conquistam a confiança de stakeholders e contribuem ativamente para um futuro mais equilibrado.

A seguir, você vai saber mais sobre o tema — da definição à legislação —, além de conferir dicas práticas de gestão e descarte. Aproveite a leitura!

O que são resíduos industriais?

Segundo a Norma Regulamentadora Nº 25 (NR-25), resíduos industriais são os materiais provenientes dos processos industriais, na forma sólida, líquida ou gasosa, que não se assemelham aos resíduos domésticos. Inclusive, podem conter características físicas, químicas ou microbiológicas que exigem tratamento e controle específicos.

Entre os exemplos mais comuns, podemos destacar cinzas, óleos, materiais ácidos ou alcalinos, poeiras, efluentes líquidos e emissões gasosas contaminantes. A classificação desses resíduos considera seu estado físico, conforme veremos a seguir.

Resíduos sólidos industriais

São os mais comuns e perceptíveis — foco da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Nº 12.305/2010). Incluem sobras de matérias-primas, embalagens, escórias, borra de tintas, rejeitos metálicos, cinzas e plásticos.

Seu manejo adequado permite reaproveitamento, reciclagem ou descarte seguro, de acordo com as instruções da ABNT NBR 10004, que distingue resíduos perigosos (classe I) dos resíduos não perigosos (classe II).

Resíduos líquidos industriais

São geralmente oriundos de processos de lavagem, resfriamento ou produção em si. A categoria inclui águas residuais contaminadas com óleos, solventes, metais pesados, corantes e agentes químicos. Dessa forma, exigem tratamento específico antes do descarte.

Resíduos gasosos industriais

São os gases poluentes que caldeiras, fornos ou processos químicos liberam, como monóxido de carbono, óxidos de enxofre, óxidos de nitrogênio e particulados.

A emissão desses gases é controlada por normas ambientais rigorosas, como a Política Nacional de Qualidade do Ar (Lei Nº 14.850/2024), que apresenta padrões de qualidade do ar, bem como estratégias de monitoramento, planos de gestão e incentivos fiscais e financeiros para a prevenção e a redução de emissões de poluentes atmosféricos.

Agora que você já sabe o que são resíduos industriais, entenda mais sobre o descarte e o gerenciamento.

Leia também: O que são resíduos perigosos e como fazer a gestão correta em empresas?

O que é importante saber sobre o descarte de resíduos industriais?

O descarte de resíduos industriais deve obedecer a um conjunto rigoroso de legislações e normas técnicas que visam reduzir os impactos ambientais, proteger a saúde da população e garantir a segurança dos trabalhadores.

O principal marco regulatório nesse contexto é a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei nº 12.305/2010

A PNRS estabelece uma abordagem moderna e integrada para a gestão dos resíduos sólidos, que se fundamenta em princípios, como a prevenção e a precaução, a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, a visão sistêmica, o desenvolvimento sustentável e a cooperação entre os setores público e privado.

Ou seja, fabricantes, distribuidores, consumidores, prestadores de serviço e o poder público devem atuar de forma conjunta na gestão dos resíduos gerados ao longo de todo o ciclo de vida dos produtos.

Quais os principais objetivos da PNRS?

Entre seus principais objetivos, a PNRS destaca:

  1. A não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos;
  2. A disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;
  3. A adoção de tecnologias limpas;
  4. O incentivo à indústria da reciclagem e à inclusão dos catadores no processo;
  5. A proteção da saúde pública e da qualidade ambiental;
  6. A capacitação técnica continuada na área de resíduos.

Além disso, a PNRS define diversos instrumentos de implementação, como os planos de gerenciamento de resíduos sólidos, a logística reversa, o sistema declaratório anual de resíduos, os acordos setoriais, o licenciamento ambiental, os incentivos fiscais e creditícios e o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir).

Para o setor industrial, a legislação se traduz na obrigação de gerenciar adequadamente os resíduos que as indústrias geram em suas operações, para garantir o correto acondicionamento, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final. O descumprimento dessas diretrizes pode acarretar sanções administrativas, civis e criminais, além de severos impactos reputacionais.

NR-25: cuidados com a saúde e a segurança do trabalhador

A Norma Regulamentadora 25, por sua vez, orienta quanto à segregação, armazenamento e tratamento dos resíduos dentro dos ambientes de trabalho. A NR define os requisitos de segurança e saúde no gerenciamento de resíduos dentro dos ambientes de trabalho.

Em resumo, o documento diz que as empresas devem:

  1. Adotar as melhores práticas tecnológicas e organizacionais para reduzir a exposição ocupacional aos resíduos;
  2. Impedir o lançamento ou a liberação de contaminantes (gasosos, líquidos ou sólidos) que possam comprometer a saúde e segurança dos trabalhadores;
  3. Submeter os métodos e equipamentos de controle ambiental à aprovação dos órgãos competentes;
  4. Coletar, acondicionar, armazenar, transportar, tratar e dar a destinação final dos resíduos sólidos e efluentes líquidos conforme a legislação ambiental vigente;
  5. Implementar medidas preventivas em todas as etapas do processo para eliminar ou controlar os riscos ocupacionais.

Portanto, o descarte de resíduos industriais vai além do cumprimento ambiental. É uma prática que envolve também obrigações trabalhistas, com foco na integridade física dos colaboradores expostos.

As empresas que descumprem essas exigências podem receber multas, embargos de atividade e responsabilização civil e criminal. Além disso, comprometem sua reputação e licença para operar.

Qual a importância do gerenciamento de resíduos industriais?

O gerenciamento de resíduos é uma obrigação legal, mas também uma estratégia essencial para reduzir custos, evitar passivos ambientais, melhorar a imagem da empresa e acessar certificações e mercados exigentes.

Nesse sentido, as empresas que adotam boas práticas de gestão conseguem identificar oportunidades de reaproveitamento de materiais, reduzem o desperdício, minimizam riscos operacionais e demonstram responsabilidade socioambiental. Na prática, esse cuidado se traduz em vantagem competitiva e em relações mais saudáveis com a sociedade, governos e investidores.

Como uma empresa pode aprimorar a gestão de resíduos?

A melhoria da gestão de resíduos começa com uma mudança de cultura interna e passa pela adoção de processos bem estruturados e tecnologias adequadas. A seguir, confira algumas práticas fundamentais:

  • mapeamento e classificação de resíduos: identificar os tipos de resíduos que gera, sua origem e características.
  • planejamento e definição de metas: estabelecer objetivos claros de redução, reaproveitamento e descarte seguro.
  • segregação na origem: separar corretamente os resíduos no momento em que são gerados.
  • reciclagem e reutilização: estimular o reuso de materiais sempre que possível.
  • capacitação de colaboradores: treinar as equipes para lidar corretamente com os resíduos.
  • monitoramento e rastreabilidade: acompanhar o destino final de cada resíduo.
  • uso de tecnologias e sistemas de gestão: plataformas especializadas facilitam a conformidade legal e a eficiência.

Solução inteligente para a gestão de resíduos industriais

Até aqui, você viu que os resíduos industriais fazem parte do dia a dia de muitas empresas e, com o gerenciamento adequado, deixam de ser apenas um passivo para se tornarem uma fonte real de valor.

Aliás, mais do que cumprir a legislação, uma gestão eficiente contribui para a sustentabilidade, melhora a reputação da organização e abre portas para inovação e economia.

Se a sua empresa busca mais do que conformidade, mas também resultados concretos e duradouros, é hora de dar o próximo passo em busca de uma gestão de resíduos industriais eficiente.

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