Toda indústria carrega a responsabilidade de ir além da produção, já que é necessário lidar com os impactos de sua atuação. De uma perspectiva ambiental e social, o gerenciamento de resíduos industriais merece atenção extra.
Além de envolver obrigações legais, esse processo se relaciona à estratégia, à construção da marca e à sua reputação. Na prática, um descarte inadequado de resíduos afeta a segurança do meio ambiente e das comunidades e interfere na credibilidade do negócio.
Por isso, o ideal é entender como fazer esse processo deixar de ser um desafio e se tornar até um diferencial competitivo. Com o apoio dos pilares certos, fica mais fácil mitigar os riscos e unir conformidade, eficiência e sustentabilidade.
A seguir, descubra o que fazer para acertar na gestão de resíduos da indústria!
A importância do gerenciamento de resíduos industriais
Uma gestão de resíduos ineficiente por parte das indústrias causa sérios problemas ambientais, sociais e legais. Esses resíduos incluem desde sólidos como metais, madeiras, plásticos e vidros até materiais críticos, como:
- resíduos perigosos, entre os quais estão óleos, tintas, graxas, lodo e metais pesados;
- químicos, que incluem rejeitos, catalisadores e reagentes.
Cada tipo de resíduo requer cuidados específicos para prevenir efeitos negativos, em especial quando falamos de resíduos perigosos.
Para entender a relevância do processo, veja quais são os efeitos negativos de não realizar um gerenciamento efetivo!
Efeitos ambientais
Do ponto de vista ambiental, um estudo de pesquisadores da Sylhet Agricultural University apresentou efeitos dos resíduos industriais em Bangladesh, devido ao mau gerenciamento. Entre os efeitos, os autores destacaram:
- contaminação de rios por metais pesados, como arsênio, chumbo e cádmio;
- contaminação do solo por metais pesados como cromo, chumbo e zinco, acima dos níveis seguros;
- redução da produtividade agrícola, devido à contaminação do solo;
- contaminação do ar, já que 81% das emissões químicas perigosas vão para a atmosfera.
Apesar do foco regional do estudo, esses impactos se repetem em escala global. A contaminação do solo, por exemplo, afeta a produção agrícola e pode gerar acúmulo de poluentes na cadeia alimentar.
Os metais pesados e outros contaminantes também podem atingir lençóis freáticos e corpos d’água diversos. Como consequência, há uma disponibilidade menor de água potável e impactos em diversos ecossistemas.
Efeitos sociais
Do ponto de vista social, a exposição a poluentes orgânicos persistentes é uma preocupação de saúde pública. Um estudo colaborativo com pesquisadores do Istituto Superiore di Sanità, na Itália, e de outras instituições, abordou os efeitos da existência de aterros ilegais.
Segundo a publicação, os valores mais altos desses poluentes e de metais pesados no sangue apareceram nas pessoas do município com mais aterros ilegais. Entre as consequências, estavam o aumento dos riscos para diversas condições graves de saúde, como:
- casos de câncer, como de estômago, mama, fígado e rins;
- doenças isquêmicas do coração;
- leucemia infantil;
- hospitalização de recém-nascidos;
- asma;
- partos prematuros.
A degradação de ecossistemas também merece atenção, já que prejudica comunidades inteiras — em especial, aquelas que dependem de atividades como plantio e pesca, por exemplo.
Efeitos legais
As implicações legais também são severas. A legislação brasileira tem, por exemplo, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.05/2010). A lei exige a adoção de boas práticas por parte das empresas quanto ao gerenciamento e destinação de recursos.
Falhar nesse sentido pode gerar multas, suspensão de atividades e até responsabilização criminal em caso de danos ambientais.
A Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998) reforça essas sanções. O descumprimento das normas pode gerar penalidades como a detenção para os responsáveis.
Logo, a importância da gestão de resíduos industriais envolve tanto a conformidade regulatória quanto a prevenção de impactos ambientais e sociais.
Aproveite para conferir um case que demonstra o sucesso nesse tipo de gestão: Gestão de Resíduos no Agronegócio: Caso Grupo Cavalca.
Como fazer o gerenciamento de resíduos industriais?
Conhecer as etapas do gerenciamento de resíduos industriais, desde sua geração até o descarte final, é indispensável para ter um processo com boa estrutura. Essas fases envolvem identificação, segregação, armazenamento, transporte e destinação adequada dos resíduos.
Com essa visibilidade, você entende quais são as responsabilidades e o que fazer para atender às regras vigentes. Portanto, confira um passo a passo que mostra como fazer o gerenciamento de resíduos industriais!
1. Crie o PGRS
O primeiro passo consiste em criar o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), uma exigência da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Esse documento serve, a princípio, para identificar os tipos, volumes e riscos de resíduos.
O plano também atua para definir os responsáveis, estabelecer procedimentos operacionais e criar planos de contingência com ações preventivas e corretivas. Ainda, é necessário apresentar metas de redução.
Esse documento é fundamental para obter licenças ambientais e ainda ajuda a direcionar melhor o gerenciamento. Mas atenção: sua atualização deve ser frequente para manter a conformidade legal.
2. Identifique e caracterize os resíduos
Para embasar a criação do PGRS e garantir um gerenciamento efetivo também é preciso fazer a identificação dos resíduos. Nessa etapa, o foco está em reconhecer os tipos produzidos nas diferentes atividades, o que inclui os sólidos e líquidos, perigosos ou não.
Também é preciso fazer a caracterização dos resíduos, com base em análises laboratoriais que definem propriedades físicas, químicas e biológicas.
Uma ferramenta importante nesse processo é a Ficha com Dados de Segurança de Resíduos (FDSR), que reúne as informações técnicas essenciais sobre os resíduos gerados. Com esses dados em mãos, fica mais fácil definir o tratamento adequado e evitar riscos à saúde e ao meio ambiente.
3. Faça a separação na origem
Após identificar os resíduos corretamente, é fundamental segregá-los no local de geração. Para tanto, o mais indicado é separar os materiais conforme suas características, como ao unir materiais semelhantes.
O objetivo é evitar a contaminação cruzada, que é especialmente prejudicial para futuras etapas de reciclagem. Ainda, essa é uma forma de facilitar a destinação adequada.
4. Cuide do acondicionamento
O armazenamento dos resíduos industriais também exige atenção. Nessa etapa, é preciso escolher embalagens adequadas que previnem vazamentos, reações químicas e contaminações.
Já os locais devem ter as características corretas de iluminação e ventilação, além de sinalização completa para evitar acidentes. Assim, é possível proteger o ambiente e os trabalhadores.
5. Transporte os resíduos conforme as normas
Depois de armazenar os resíduos é preciso consolidar as cargas para realizar o transporte. Internamente, essa movimentação pode ser feita entre setores do mesmo parque industrial ou mesmo entre unidades diferentes. Do ponto de vista externo, o transporte pode incluir o envio para empresas especializadas, por exemplo.
Em todos os casos, é necessário utilizar os equipamentos certos para o tipo de carga, de modo a evitar acidentes. Ainda, a documentação precisa estar correta, com a emissão do Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR) para manter a rastreabilidade.
6. Dê o tratamento e cuide da destinação
No final do gerenciamento, o foco está no tratamento dos resíduos, uma etapa que busca reduzir a periculosidade ou o volume dos substratos. Os processos podem ser físicos, químicos ou biológicos e devem seguir um planejamento adequado e em conformidade legal.
Após terminar o tratamento, é o momento de realizar a destinação dos resíduos. É nessa fase que podem ocorrer processos como reciclagem, reutilização, compostagem, incineração ou disposição em um aterro sanitário licenciado.
Ao longo de todo esse processo, é fundamental monitorar as etapas do gerenciamento de resíduos industriais. Assim, garante-se a eficiência de cada fase e é possível fazer correções, caso sejam necessárias.
Por que usar um software para gerenciamento de resíduos industriais?
A tecnologia tem ganhado relevância para lidar com as demandas de resíduos das indústrias. Em especial, recorrer a um software para gerenciamento de resíduos industriais permite que as empresas lidem com os processos ambientais de forma mais eficiente.
Um dos motivos que justificam o uso desse tipo de sistema é a capacidade de automatizar tarefas e apoiar o cumprimento das exigências legais. Com mais visibilidade sobre processos e dados, é possível tomar decisões mais inteligentes e seguras, o que evita erros e problemas.
Uma ferramenta especializada, como o Ambisis, permite ir muito além do controle manual por planilhas. Com a centralização de dados, por exemplo, é possível acessar, analisar e atualizar as informações de forma simples.
Entre as funcionalidades de destaque, estão o preenchimento automático e envio dos MTRs aos órgãos competentes e também o painel inteligente que monitora tanto os MTRs quanto os CDFs em tempo real sem complicações.
A emissão de relatórios personalizados é mais uma opção que facilita o gerenciamento. Com o recurso, é possível ter uma visão clara do desempenho ambiental da empresa e prestar contas com facilidade, tanto para clientes quanto para órgãos fiscalizadores.
Com o apoio da tecnologia — e, em especial, com o Ambisis — sua empresa ganha mais produtividade, organização e conformidade com as regras.
Aumente a eficiência da gestão de resíduos industriais
Com um gerenciamento de resíduos industriais eficiente, a empresa protege o meio ambiente, cumpre as exigências legais e fortalece a própria reputação. Portanto, é fundamental adotar práticas estruturadas e que ajudem a lidar com a complexidade da gestão.
A tecnologia é uma grande aliada para superar os desafios ambientais e transformá-los em oportunidades de crescimento sustentável.
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