Resíduos sólidos: o que são, classificação e dicas de gestão

Resíduos sólidos

A sua empresa gera diversos descartes diariamente, mas você ainda se pergunta como fazer a gestão de resíduos sólidos de forma eficiente e segura? Esse é um cuidado fundamental no dia a dia das operações, pois com processos bem-estruturados, é possível reduzir impactos ambientais, evitar problemas legais e transformar o que antes era apenas lixo em oportunidades de reaproveitamento e sustentabilidade.

Portanto, entender o que são resíduos sólidos e como classificá-los corretamente é essencial, especialmente com as atualizações da nova norma ABNT NBR 10.004/2024, que redefiniu critérios de classificação e manejo desses materiais. Na prática, conhecer essas regras não apenas garante conformidade, mas também fortalece a imagem da empresa no mercado.

Ao longo deste conteúdo, descubra boas práticas de gerenciamento e ferramentas que tornam o processo mais ágil e seguro, como um software de gestão de resíduos, que permite centralizar todas as informações de ponta a ponta. Aproveite a leitura!

O que são resíduos sólidos?

São materiais, substâncias, objetos ou bens que foram descartados, resultantes de atividades humanas e empresariais, em estado sólido ou semissólido. Também se enquadram no conceito os gases que estão em recipientes e líquidos, cujas características inviabilizam seu lançamento na rede de esgoto ou em corpos d’água.

A classificação segue a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), sob a Lei nº 12.305/2010. Além disso, órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) e de outras entidades instituem normas que determinam a obrigatoriedade da correta destinação dos materiais, para garantir a redução de danos ambientais e sociais.

Resíduos x rejeitos: qual a diferença?

Resíduos e rejeitos apresentam diferenças importantes na gestão ambiental. Resíduos são materiais que ainda podem ser reaproveitados, reciclados ou tratados de forma sustentável. Rejeitos, por outro lado, não possuem viabilidade técnica ou econômica para reutilização e exigem destinação final segura, seguindo normas legais que garantem menor impacto ambiental.

Agora que você entendeu o conceito e esclareceu o que são resíduos sólidos, conheça os principais tipos e, em seguida, suas classificações de acordo com a nova norma.

Quais são os tipos de resíduos sólidos?

Os principais tipos são:

  • resíduos domiciliares;
  • resíduos de limpeza urbana;
  • resíduos comerciais e de serviços;
  • resíduos industriais;
  • resíduos de serviços de saúde;
  • resíduos da construção civil;
  • resíduos agrossilvopastoris;
  • resíduos de serviços de transporte;
  • resíduos de mineração.

Saiba mais sobre cada tipo de resíduos sólidos a seguir!

Resíduos domiciliares

Provenientes de residências urbanas, incluem restos de alimentos, plásticos, papel, vidro e metal. Quando ocorre o descarte incorreto, contribuem para a poluição ambiental e desperdício de recursos recicláveis.

A separação adequada é essencial para a reciclagem e a redução da quantidade de rejeitos enviados para aterros sanitários.

Resíduos de limpeza urbana

Entre os tipos de resíduos sólidos estão os de limpeza urbana, provenientes da varrição de ruas, praças e logradouros públicos, geralmente compostos por folhas, papéis, plásticos, embalagens descartadas irregularmente e terra.

Esse tipo de material costuma conter uma quantidade significativa de materiais orgânicos e inorgânicos, o que torna indispensável a destinação adequada para evitar o entupimento de bueiros e a ocorrência de enchentes.

Resíduos comerciais e de serviços

São descartes de estabelecimentos comerciais, escritórios e prestadores de serviços, como papelão, plásticos, materiais de embalagem, resíduos orgânicos e rejeitos diversos.

De acordo com a atividade econômica, podem conter materiais recicláveis que, com um gerenciamento adequado, contribuem para a redução do volume de descarte e promovem a economia circular.

Resíduos industriais

Resultantes de processos produtivos industriais, variam conforme o setor industrial e podem incluir metais, solventes, lamas, borrachas, plásticos e substâncias químicas perigosas.

Portanto, o tratamento adequado é essencial para evitar contaminação do solo e da água, o que exige o cumprimento de normativas ambientais específicas.

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Resíduos de serviços de saúde

Esse tipo de resíduos sólidos inclui seringas, agulhas, medicamentos vencidos, materiais contaminados com fluidos biológicos e outros descartes hospitalares.

Os resíduos de serviços de saúde representam risco biológico e exigem coleta, transporte e destinação final diferenciados, para garantir a segurança sanitária e ambiental.

Resíduos da construção civil

São sobras de cimento, tijolos, madeira, gesso, telhas e entulho. Quando o descarte ocorre de maneira inadequada, contribuem para a degradação ambiental e obstrução de vias.

No entanto, muitos desses resíduos apresentam potencial para reaproveitamento em novas obras ou reciclagem, o que ajuda a reduzir os impactos ambientais e os custos da construção.

Leia também: Resíduos da construção civil: guia completo!

Resíduos agrossilvopastoris

Derivam de atividades agropecuárias, como restos de colheita, esterco animal, embalagens de defensivos agrícolas e materiais orgânicos diversos. A destinação adequada previne a contaminação do solo e da água, além de possibilitar o reaproveitamento por meio da compostagem e outras técnicas sustentáveis.

Resíduos de serviços de transporte

Provenientes de portos, aeroportos, rodoviárias e terminais ferroviários, incluem plásticos, embalagens, restos de alimentos e resíduos perigosos. Logo, o gerenciamento correto evita poluição e impactos ambientais negativos nessas áreas de grande circulação.

Resíduos de mineração

Derivados da extração e beneficiamento de minérios, incluem rejeitos e estéreis que, se não receberem o tratamento devido, podem causar degradação ambiental severa, poluição de corpos hídricos e riscos de rompimentos de barragens de rejeitos.

Leia também: Resíduos de mineração: como gerenciar impactos e gerar valor?

Qual a classificação dos resíduos sólidos?

A ABNT NBR 10004:2024 introduziu mudanças no processo de classificação dos resíduos, que agora são enquadrados em duas classes:

  • Classe 1: Perigosos;
  • Classe 2: Não Perigosos.

Além disso, a norma incluiu novos elementos de análise, como a toxicidade como critério adicional de periculosidade e a presença de Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs).

As empresas têm até 1º de janeiro de 2026 para se adaptar inteiramente às novas diretrizes. A seguir, veja como ficam as classes de resíduos na nova estrutura.

Resíduos Classe 1: Perigosos

São aqueles que oferecem riscos relevantes à saúde humana ou ao meio ambiente. Para que um material seja enquadrado nessa categoria, basta que apresente pelo menos uma das seguintes características:

  • inflamabilidade;
  • corrosividade;
  • reatividade;
  • toxicidade;
  • patogenicidade.

Por conta desse potencial de risco, o gerenciamento desses resíduos exige cuidados especiais em todas as etapas: segregação, armazenamento, transporte e destinação final.

Entre os exemplos mais comuns de resíduos perigosos estão: solventes, tintas e restos de produtos químicos, pilhas e baterias, lâmpadas fluorescentes, agrotóxicos, resíduos hospitalares contaminados e outros materiais capazes de causar contaminações e acidentes ambientais.

Resíduos Classe 2: Não Perigosos

Com a revisão da norma, todos os resíduos que não apresentam características de periculosidade passam a ser agrupados nesta categoria. A classe compreende materiais que não representam riscos significativos ao meio ambiente ou à saúde humana. 

Embora não apresentem propriedades como toxicidade, inflamabilidade ou patogenicidade, podem ser:

  • biodegradáveis;
  • comburentes;
  • solúveis em água.

A nova abordagem deixa a classificação mais alinhada às práticas internacionais, além de facilitar o planejamento e a gestão nas empresas. E apesar de menos complexos, esses resíduos ainda exigem manejo adequado para evitar impactos ambientais decorrentes de descarte incorreto ou acúmulo indevido.

Leia também: Gestão de resíduos: o que é e quais são as etapas

O que é um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS)?

É um documento obrigatório que organiza todas as etapas do manejo dos resíduos de uma empresa e define procedimentos para reduzir a geração, segregar, acondicionar, coletar, transportar, tratar e destinar corretamente cada tipo de resíduo, de modo a garantir conformidade legal à operação e às suas atividades.

Depois do diagnóstico inicial, o PGRS detalha a caracterização dos resíduos, os responsáveis por cada etapa, os fluxos internos, as metas de redução, os programas de educação ambiental e os indicadores de acompanhamento.

O documento também inclui medidas preventivas para evitar danos ambientais, rotinas de monitoramento e registros que comprovam a rastreabilidade dos materiais.

Além disso, o PGRS orienta contratos com transportadoras e destinadores, integra processos ao Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR) e ao Certificado de Destinação Final (CDF). Assim, permite que a empresa atue de acordo com as normas do Sisnama e da PNRS.

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O que deve conter um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos?

Embora cada setor tenha exigências específicas a cumprir, um PGRS completo costuma incluir os seguintes elementos:

  1. Informações gerais do empreendimento;
  2. Conceitos, definições e base legal;
  3. Diagnóstico da geração de resíduos;
  4. Estratégias e procedimentos de gerenciamento;
  5. Programas de educação e treinamento;
  6. Monitoramento e registros;
  7. Responsabilidade técnica.

Saiba mais sobre todos esses itens no detalhamento abaixo, que leva em consideração um modelo de Plano de Gerenciamento de Resíduos feito para a construção civil do município de Porto Alegre (RS).

1. Informações gerais do empreendimento

O plano identifica a empresa, os responsáveis técnicos e os profissionais de contato. Inclui razão social, CNPJ, endereço, informações de licença ambiental, número de funcionários e descrição da estrutura física relacionada ao manejo dos resíduos.

2. Conceitos, definições e base legal

Apresenta termos usados no plano e lista as normas, leis e resoluções que orientam o gerenciamento de resíduos. Assim, garante alinhamento com a PNRS e outras normativas aplicáveis ao setor e à região.

3. Diagnóstico da geração de resíduos

O PGRS descreve de forma clara a origem dos resíduos, sua classificação, quantidade estimada e pontos de segregação. Também pode incluir planilhas, mapas internos e registros que comprovam o diagnóstico inicial.

4. Estratégias e procedimentos de gerenciamento

O plano detalha todas as etapas de manejo: redução na fonte, segregação, acondicionamento, coleta interna, transporte interno, armazenamento temporário, controle por documentos (como MTR), transporte externo, destinação final e ações de contingência.

Quando aplicável, identifica empresas transportadoras e destinadoras licenciadas.

5. Programas de educação e treinamento

Inclui ações para conscientizar e capacitar equipes, além de metas e cronogramas que fortalecem o uso eficiente de materiais e a rotina de segregação correta.

6. Monitoramento e registros

O PGRS define como a empresa acompanha indicadores, mantém documentação atualizada, registra volumes e garante rastreabilidade dos resíduos ao longo de todo o processo.

7. Responsabilidade técnica

Finaliza com a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) ou documento equivalente, que indica os profissionais responsáveis pela elaboração e implementação do plano.

Com essas informações estruturadas, o PGRS funciona como um guia operacional que assegura conformidade legal, transparência e eficiência na gestão de resíduos em qualquer tipo de empreendimento.

Como fazer a gestão de resíduos sólidos?

A gestão eficiente envolve um conjunto de etapas que garantem o descarte correto e reduzem impactos ambientais. Entre as principais fases estão:

  • segregação: separação dos resíduos de acordo com suas características e possibilidades de reaproveitamento;
  • acondicionamento: organização dos resíduos em recipientes apropriados para facilitar o transporte e evitar contaminação;
  • coleta e transporte: remoção e deslocamento dos resíduos até locais de tratamento ou destinação final, conforme normas técnicas e regulatórias, como é o caso do MTR;
  • armazenamento temporário: quando necessário, os resíduos passam por um armazenamento provisório antes da destinação definitiva;
  • tratamento: processos físicos, químicos ou biológicos que minimizam os impactos ambientais e reduzem a periculosidade dos resíduos;
  • destinação final: escolha da melhor alternativa para cada tipo de resíduo, como reciclagem, compostagem, incineração ou disposição em aterros sanitários.

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Ao longo do artigo, entenda mais sobre a importância da gestão de resíduos sólidos. Continue a leitura!

O que é Certificado de Destinação Final (CDF)?

É o documento que formaliza a destinação ambientalmente adequada dos resíduos que uma empresa gera. O CDF confirma que cada tipo de resíduo seguiu o tratamento correto, com reciclagem, coprocessamento, incineração, aterro industrial ou outra tecnologia permitida por lei, em locais devidamente licenciados pelos órgãos ambientais.

E o que é o Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR)?

É um documento obrigatório que registra e acompanha todo o fluxo de resíduos desde a sua geração até a destinação final. Funciona como um controle oficial, que garante rastreabilidade, transparência e conformidade legal em cada etapa do processo. 

A emissão do MTR é responsabilidade do gerador, que deve informar dados sobre o tipo de resíduo, quantidade, transportador e unidade de destinação, para que os órgãos ambientais monitorem o cumprimento das normas e assegurem que o descarte ocorra de forma ambientalmente adequada.

Agora que você já sabe como fazer a gestão de resíduos sólidos, entenda a importância dessa prática para evitar seus principais impactos na natureza.

Quais os impactos que os resíduos sólidos geram no meio ambiente?

Os principais impactos ambientais incluem:

  • poluição do solo, água e ar: lixões e aterros irregulares contaminam o meio ambiente;
  • risco à saúde: proliferação de vetores de doenças;
  • degradação visual: acúmulo de lixo em espaços urbanos impacta a qualidade de vida;
  • desperdício de recursos: materiais recicláveis são descartados incorretamente e reduzem a eficiência da cadeia produtiva.

Leia também: Declaração Anual de Resíduos Sólidos: tudo sobre a DARS

Qual a importância da gestão de resíduos sólidos para empresas?

Por organizar processos, definir responsabilidades e assegurar a destinação correta dos resíduos, esse processo contribui para a conformidade legal, reduz riscos ambientais, evita multas e melhora a eficiência operacional. Dessa forma, fortalece a reputação da empresa e alinha suas atividades às exigências das legislações, como a PNRS.

Além disso, a gestão de resíduos sólidos permite identificar oportunidades de redução de custos, ampliar práticas de reciclagem, melhorar indicadores ESG e facilitar auditorias e fiscalizações.

Também contribui para a segurança dos colaboradores, o uso responsável de recursos e a construção de uma cultura sustentável integrada ao dia a dia do negócio.

A seguir, saiba como um software para gestão de resíduos pode auxiliar sua empresa no controle das atividades e obrigações ambientais.

Quais os benefícios do software para gestão de resíduos da Ambisis?

A Ambisis desenvolveu um software que auxilia a empresa em diferentes frentes, como:

  • centralização de informações: todos os dados de resíduos, MTRs e CDFs em um só lugar;
  • conformidade legal: facilita o atendimento às normas e ajuda a evitar multas e sanções;
  • eficiência operacional: reduz tarefas manuais e minimiza erros;
  • rastreabilidade completa: permite o acompanhamento do fluxo de resíduos da origem à destinação final;
  • análise de volumes e custos: identifica gargalos e oportunidades na operação;
  • usabilidade prática: interface intuitiva e recursos disponíveis também pelo celular.

Devido à importância da gestão de resíduos sólidos, contar com uma solução especializada permite simplificar processos, garantir a conformidade legal e, assim, ter mais controle sobre cada etapa, da geração à destinação final.

Com um software para gestão de resíduos, sua empresa garante mais agilidade, transparência e controle em todas as etapas do processo.

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