A mineração faz parte da história da humanidade desde os primeiros registros de civilizações. De ferramentas rudimentares a estruturas tecnológicas complexas, a atividade impulsionou o avanço de sociedades inteiras, moldou economias, cidades e modos de vida.
Hoje, segue como um dos pilares do desenvolvimento global, pois fornece matéria-prima essencial para setores que movem o planeta, como energia, construção, transporte, tecnologia e saúde.
Mas essa mesma importância econômica contrasta com desafios socioambientais significativos. A exploração mineral envolve transformações intensas no meio ambiente, exige responsabilidade, inovação e um olhar estratégico sobre os impactos que causa.
Afinal, como equilibrar o crescimento com a preservação ambiental? Como alinhar a mineração às novas exigências sociais e às metas de sustentabilidade?
Neste artigo, você vai entender o que é uma atividade mineradora, conhecer seus principais tipos e etapas e os caminhos possíveis para uma atuação mais sustentável. Também vamos abordar o papel do licenciamento ambiental e como a tecnologia pode transformar a gestão ambiental nesse setor. Boa leitura!
O que é a mineração?
A mineração é uma atividade econômica e industrial que envolve uma série de etapas, desde a pesquisa e prospecção geológica até a extração (ou lavra) e o beneficiamento dos minérios.
Segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM), trata-se de um processo que busca identificar e explorar recursos minerais presentes no subsolo para transformar essas matérias-primas em insumos essenciais para diversos setores da economia.
Ao longo da história, a mineração teve papel determinante na evolução de sociedades. No Brasil, se entrelaça com a própria formação do país: foi durante o ciclo do ouro, no século XVIII, que a ocupação do interior brasileiro aconteceu de forma mais intensa, o que deu origem a cidades, rotas comerciais e estruturas administrativas.
Hoje, o setor minerário segue como um dos motores do desenvolvimento socioeconômico nacional. A produção mineral abastece a indústria, a construção civil, o setor de energia, o agronegócio e a tecnologia.
Entre os principais minerais que se extraem no Brasil, destacam-se o ferro, alumínio (bauxita), cobre, estanho, manganês, níquel, nióbio e o próprio ouro — todos com grande demanda tanto no mercado interno quanto nas exportações.
Em 2024, o faturamento do setor mineral brasileiro alcançou R$ 270,8 bilhões, um aumento de 9,1% em relação ao ano anterior, conforme dados do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
Essa relevância econômica, no entanto, exige uma atuação cada vez mais responsável e sustentável. A complexidade das operações e os potenciais impactos ambientais reforçam a necessidade de planejamento técnico, gestão ambiental rigorosa e uso de tecnologias que viabilizem uma mineração moderna, segura e alinhada aos desafios atuais.
Vale destacar que, no Brasil, os recursos minerais pertencem à União, conforme o art. 176 da Constituição Federal. Ou seja, a exploração mineral deve seguir um regime de concessão ou autorização para garantir a devida regulamentação e fiscalização das atividades.
Quais são os tipos de mineração?
As atividades minerárias englobam diversas técnicas e métodos, cada um adaptado para a extração de minerais específicos. Entre seus principais tipos estão:
- Mineração de Superfície (Lavra a Céu Aberto);
- Mineração Subterrânea;
- Garimpo;
- Lixiviação no local.
Entenda!
Mineração de Superfície (Lavra a Céu Aberto)
Recomenda-se essa técnica para a extração de minerais que estão próximos à superfície da Terra. Geralmente, os profissionais utilizam técnicas de remoção de camadas de solo, processo que recebe o nome de “lavra a céu aberto” para explorar o minério até o seu esgotamento.
É um método mais econômico em comparação ao subterrâneo. Os minerais comuns extraídos na superfície são alguns dos mais explorados, como carvão, ferro e bauxita.
Mineração Subterrânea
Recomendada quando os minerais se encontram em grandes profundidades, longe da superfície terrestre — é o caso do ouro, chumbo e prata. No entanto, é possível extrair muitos recursos tanto por métodos subterrâneos quanto por mineração a céu aberto.
A escolha entre uma técnica ou outra depende, principalmente, da profundidade da jazida e do valor econômico do mineral. Quanto mais difícil o acesso, maior precisa ser o valor do recurso para justificar o investimento na operação.
Garimpo
O garimpo é uma forma de mineração que costuma ocorrer em leitos de rios, áreas com acúmulo natural de sedimentos e regiões arenosas.
A atividade envolve a separação manual de metais valiosos, geralmente por meio de peneiração e outros métodos rudimentares. Entre os minerais mais comuns que as mineradoras extraem nesse processo estão o estanho, a platina e os diamantes.
Lixiviação no local
A lixiviação no local é um método de extração mineral que dispensa a remoção de grandes volumes de rocha e minério para a superfície. Ao contrário, injeta-se uma solução química diretamente no solo para dissolver os minerais no local onde se encontram.
Essa solução, que já contém os minerais dissolvidos, é então bombeada de volta à superfície para processamento. Esse método é especialmente útil para a extração de urânio, pois é uma alternativa menos invasiva em comparação aos métodos tradicionais.
Como funciona a mineração?
Para entender como funciona a mineração, é importante visualizar o processo como uma cadeia composta por diversas etapas técnicas, cada uma com objetivos bem definidos.
Tudo começa com a identificação de áreas com potencial mineral, por meio de estudos geológicos e análises detalhadas. A partir daí, se inicia a exploração para confirmar a viabilidade econômica da jazida e, em seguida, a extração dos minérios, que pode ocorrer tanto na superfície quanto no subsolo, conforme as características do depósito.
Após a extração, os materiais passam por processos de beneficiamento, nos quais ocorre a separação e purificação, para que se tornem utilizáveis pela indústria. Depois, ocorre o transporte, o armazenamento e, por fim, a comercialização dos minérios.
Todo esse ciclo exige um rigoroso controle ambiental, técnico e legal, afinal, é preciso equilibrar produtividade com responsabilidade ambiental, social e regulatória.
Quais as etapas da mineração?
As etapas que envolvem a mineração incluem:
- prospecção;
- exploração;
- extração;
- transporte;
- processamento;
- beneficiamento;
- comercialização do minério.
Posteriormente, há a reabilitação ambiental da área explorada.
A seguir, saiba como cada uma funciona.
Prospecção
É a etapa inicial, que envolve pesquisas e estudos geológicos preliminares. Nesta fase, quase não há impacto ambiental. No campo, um geólogo avalia o potencial mineral da região e observa concentrações anômalas de minerais valiosos. Também é possível realizá-la de maneira remota, com dados por satélite.
Exploração
Realizam-se pesquisas minerais, delineamento e avaliação com base em estudos detalhados para confirmar a existência de depósitos minerais e determinar sua extensão e viabilidade.
Extração
As mineradoras podem remover minerais do subsolo ou da superfície a partir de métodos como a mineração a céu aberto ou subterrânea.
Após a extração, as empresas transportam os minerais para o processamento do minério bruto. Posteriormente, há a etapa de beneficiamento, com o objetivo de melhorar a qualidade. Por fim, as empresas armazenam e comercializam os minerais.
Após a conclusão, é ideal realizar a reabilitação ambiental para restaurar o terreno e mitigar os impactos ambientais.
É preciso ter licenciamento ambiental para mineração?
Sim, o licenciamento ambiental é obrigatório e representa um dos pilares da gestão ambiental na mineração. Antes de qualquer atividade de extração mineral, é necessário obter a autorização dos órgãos ambientais, que podem atuar em âmbito federal, estadual ou municipal, conforme a localização e o tipo de recurso mineral.
O licenciamento ambiental para mineração considera o tipo de substância que a atividade vai extrair e o regime de exploração. Assim, exige estudos técnicos, como o Plano de Controle Ambiental (PCA) ou, em casos mais complexos, o EIA/RIMA.
Além disso, quando a jazida se estende por mais de um município, o empreendedor precisa buscar autorização em todas as prefeituras envolvidas.
Vale lembrar que o licenciamento não autoriza automaticamente o início da lavra — é preciso aguardar a publicação do título minerário no Diário Oficial e cumprir todas as exigências legais.
Em resumo, seguir o licenciamento de forma adequada é essencial para aliar desenvolvimento econômico à responsabilidade socioambiental.
Leia mais: Licença ambiental: o que é, principais tipos e atividades licenciadas!
A seguir, conheça mais sobre os impactos ambientais da mineração e como aliar práticas sustentáveis às atividades.
Quais os impactos ambientais da mineração?
A mineração, embora tenha um papel importante no crescimento econômico, pode gerar sérios impactos ambientais quando não ocorre com responsabilidade. Falhas no planejamento, na execução ou na fiscalização das atividades minerárias aumentam os riscos de danos ao meio ambiente.
Entre os principais problemas que as práticas inadequadas causam estão a contaminação da água, a poluição do ar e do solo, o excesso de ruído, a erosão e as mudanças na paisagem natural.
Quando essas ações desrespeitam as normas ambientais vigentes, além de prejudicarem ecossistemas inteiros, podem configurar crimes ambientais, o que gera consequências legais e sociais para os responsáveis.
Quais os desafios com práticas mais sustentáveis?
Atualmente, as mineradoras enfrentam diversos desafios na busca por práticas mais sustentáveis. A pressão crescente da sociedade por operações mais ecologicamente responsáveis, junto de regulamentações ambientais mais rígidas, impõe às empresas a necessidade de repensar e adaptar suas estratégias.
A gestão eficiente de resíduos, a redução do impacto ambiental nas áreas de mineração e a implementação de tecnologias mais limpas são áreas críticas. Além disso, a construção de uma relação transparente e colaborativa com as comunidades locais se torna essencial para mitigar conflitos e promover o desenvolvimento sustentável.
Nesse cenário, o Ambisis, com sua plataforma de gestão ambiental, desempenha um papel crucial ao oferecer soluções inovadoras e apoiar as mineradoras na transição para práticas mais sustentáveis.
Leia também: Mineração Sustentável: Desafios e Inovações para o Futuro!
Qual a importância dos projetos ambientais em mineradoras?
Cumprir as exigências das licenças ambientais e seguir a legislação dos órgãos competentes não são apenas obrigações legais para as mineradoras — são parte essencial de uma operação responsável.
No entanto, quando esse controle ocorre manualmente, em planilhas, o processo se torna lento, sujeito a erros e altamente desgastante, pois exige consultas constantes aos sites dos órgãos reguladores.
Para tornar essa jornada mais eficiente e sustentável, empresas do setor podem contar com plataformas de gestão ambiental que integram tecnologia e automação.
Essas soluções facilitam o acompanhamento das obrigações legais, otimizam processos e fortalecem a gestão ambiental na mineração.
Como o Ambisis pode ajudar as mineradoras?
A plataforma Ambisis oferece a única solução completa para projetos ambientais, que centraliza todas as informações em um único sistema: licenciamento, atualizações de processos minerários (lavra, requerimentos, concessões), resíduos, checklists e mais.
Além disso, os dashboards inteligentes proporcionam visualização clara e atualizada dos processos, o que garante controle e eficiência em cada etapa. Sem falar, é claro, das inúmeras automações que agilizam e simplificam diversas tarefas.
Conheça as soluções de Ambisis e aproveite a tecnologia que vai otimizar a gestão ambiental na sua mineradora.