A gestão ambiental na construção civil se tornou uma urgência da atualidade. Afinal, as cidades crescem como organismos vivos: se expandem, se reinventam e moldam a maneira como vivemos. Em meio a este cenário, no qual novas obras surgem a cada esquina, pensar no impacto das construções se torna indispensável.
Construir sem planejamento ambiental é como erguer prédios sobre areia: os riscos são altos e os danos, muitas vezes, irreversíveis. Assim, a gestão ambiental surge como uma ponte entre o desenvolvimento e a preservação. Mais do que cumprir normas, trata-se de adotar uma postura responsável e estratégica diante dos desafios que cercam o setor.
A seguir, vamos entender mais sobre os impactos da construção civil no meio ambiente e de que forma as empresas do setor podem fazer uma gestão eficiente e sustentável, para que suas atividades gerem o menor impacto possível no futuro do planeta. Boa leitura!
Como está o panorama da construção civil no Brasil?
A construção civil é um dos setores mais relevantes da economia brasileira. Em 2024, se destacou ao registrar um crescimento de 4,3% e encerrar o ano com um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 359,523 bilhões, segundo dados do IBGE.
Além disso, o setor se mostra um importante gerador de empregos formais. De janeiro a março de 2025, o Brasil criou 100.371 novos empregos em construção civil, conforme o Novo Caged.
Os dados refletem a força de um mercado que, mesmo em meio a desafios, segue em expansão. Esse dinamismo, no entanto, vem acompanhado de pressões ambientais que exigem novas formas de pensar e gerir os impactos da atividade construtiva.
Quais os impactos da construção civil no meio ambiente?
Como vimos, a construção civil tem papel estratégico na economia, mas seus efeitos sobre o meio ambiente ainda são desafiadores. Suas atividades envolvem grande consumo de recursos naturais, alta geração de resíduos e contribuições significativas para a emissão de gases de efeito estufa.
Esses são apenas alguns dos impactos da construção civil que exigem atenção urgente por parte de empresas, governos e sociedade. A seguir, confira em que áreas os efeitos são mais evidentes.
Emissões, consumo de recursos e uso de água
Grande parte desses impactos ambientais tem relação com o uso de concreto e cimento, materiais essenciais, mas com pegada ambiental elevada. O concreto é o segundo material mais consumido no mundo, atrás apenas da água, de acordo com o relatório Cimento e concreto: ações prioritárias rumo a um futuro positivo para a natureza.
Seu principal insumo, o cimento, é responsável por cerca de 8% das emissões globais de CO2, devido principalmente ao processo de produção do clínquer, que envolve reações químicas e altas temperaturas. Essa realidade torna a indústria do cimento uma das mais intensivas em carbono do planeta.
A produção desses materiais também exige a retirada maciça de recursos naturais, como calcário, argila, areia e brita. Estima-se que, por ano, ocorra a extração de mais de 50 bilhões de toneladas de areia em todo o mundo, conforme o relatório Areia e Sustentabilidade: 10 recomendações estratégicas para evitar uma crise, do PNUMA.
A prática gera impactos diretos sobre ecossistemas terrestres e costeiros, como destruição de habitats, alteração de cursos de água e perda de biodiversidade.
O uso de água doce também é um ponto crítico. Embora a agricultura ainda seja o setor que mais consome esse recurso, a produção de concreto representa quase 10% da retirada industrial de água no mundo.
A água é fundamental em diversas etapas da cadeia de produção, como no resfriamento de equipamentos, lavagem de materiais e na própria mistura do concreto.
Resíduos de construção e demolição
Outro impacto relevante tem relação com a enorme quantidade de resíduos que as atividades de construção geram. O país gerou aproximadamente 45 mil toneladas de resíduos de construção civil e demolição (RCD), segundo a última edição da pesquisa Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil.
Esse volume representa um desafio para a gestão de resíduos urbanos e ambientais, especialmente quando não há políticas eficazes de reaproveitamento e destinação adequada.
Boa parte desses resíduos contém concreto, tijolos, metais, madeira e gesso. Materiais que, quando o descarte ocorre de forma inadequada, podem contaminar o solo, prejudicar cursos de água e ocupar áreas que poderiam ser preservadas ou reutilizadas para fins mais sustentáveis.
A combinação entre urbanização acelerada e crescimento da demanda por moradias, infraestrutura e obras públicas coloca ainda mais pressão sobre os limites ambientais.
Portanto, é fundamental que as empresas do setor reconheçam suas responsabilidades e adotem práticas capazes de mitigar os impactos da construção civil, a fim de avançar em modelos produtivos que respeitem os limites da natureza e contribuam com a transição para uma economia de baixo carbono.
Leia também: O que é a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)?
O que é gestão ambiental na construção civil?
A gestão ambiental na construção civil envolve planejamento, implementação e monitoramento de práticas que visam minimizar os impactos ambientais das atividades do setor. Assim, inclui desde a escolha de materiais sustentáveis até a gestão eficiente de resíduos e o uso racional de recursos naturais.
Implementar a gestão ambiental na construção civil é fundamental para garantir a conformidade com legislações ambientais, melhorar a imagem da empresa junto ao mercado e à sociedade, além de contribuir para a preservação do meio ambiente.
Em geral, empresas que adotam essas práticas demonstram compromisso com a sustentabilidade e responsabilidade socioambiental.
Quais os benefícios da gestão ambiental na construção civil?
Entre os benefícios da gestão ambiental na construção civil, podemos citar:
- redução de custos operacionais;
- melhoria da imagem corporativa;
- conformidade com legislações ambientais;
- aumento da competitividade no mercado;
- contribuição para a sustentabilidade ambiental.
Saiba mais!
Redução de custos operacionais
A implementação de práticas sustentáveis, como o reaproveitamento de materiais e a eficiência energética, pode resultar em significativa redução de custos operacionais. Afinal, a gestão adequada de resíduos e o uso racional de recursos naturais são práticas que contribuem para a otimização dos processos e a diminuição de desperdícios.
Melhoria da imagem corporativa
No mercado atual, as empresas que demonstram compromisso com a sustentabilidade tendem a ser bem vistas por clientes, investidores e pela sociedade em geral. Assim, a gestão ambiental na construção civil fortalece a reputação e pode ser um diferencial competitivo fundamental para o sucesso do negócio.
Conformidade com legislações ambientais
A adoção de práticas sustentáveis assegura que a empresa esteja em conformidade com as legislações ambientais vigentes, o que evita multas e outras sanções prejudiciais à operação. Além disso, demonstra responsabilidade e comprometimento com as normas e regulamentações do setor.
Leia também: Práticas ESG: uma onda verde na gestão empresarial.
Aumento da competitividade no mercado
De modo geral, as empresas que investem em gestão ambiental estão mais preparadas para atender às exigências de um mercado cada vez mais consciente e exigente. Em outras palavras, implementar práticas para uma gestão mais eficiente em relação às questões ambientais pode resultar em novas oportunidades de negócios e parcerias estratégicas.
Contribuição para a sustentabilidade ambiental
Na construção civil, a gestão ambiental contribui diretamente para a preservação do meio ambiente. Afinal, entre suas práticas, podemos destacar o uso sustentável dos recursos naturais, bem como a redução dos impactos ambientais que as atividades do setor podem causar.
Agora que você já conhece os benefícios, o que acha de saber como fazer gestão ambiental na construção civil e transformar esses desafios em oportunidades para tornar sua obra mais eficiente, econômica e sustentável?
Como fazer gestão ambiental na construção civil?
Implementar a gestão ambiental na construção civil requer uma abordagem estruturada e estratégica. O primeiro passo é realizar um diagnóstico ambiental para identificar os principais impactos das atividades da empresa. Em seguida, é fundamental definir objetivos e metas, que se alinhem às legislações ambientais e às políticas internas da organização.
É importante que a implementação acompanhe um sistema de monitoramento e avaliação contínua dos resultados. Inclusive, a utilização de tecnologias, como softwares de gestão ambiental, pode facilitar esse processo, pois permite o acompanhamento em tempo real dos indicadores e a identificação de oportunidades de melhoria.
Leia também: Por que contratar um software para gerenciamento de resíduos?
Ambisis: a solução completa para a gestão ambiental na construção civil
Para empresas que buscam uma gestão ambiental eficiente e integrada, a Ambisis oferece uma plataforma completa, especializada nas questões ambientais. Com ferramentas que permitem o controle de indicadores, gestão de licenças e projetos, e automação de alertas, a plataforma facilita a conformidade legal e a implementação de práticas sustentáveis.
A construtora Ápia, por exemplo, utiliza a plataforma Ambisis para garantir eficiência na gestão ambiental. Antes, sua equipe fazia o controle manualmente, com planilhas. Hoje, a empresa cumpre prazos com mais facilidade, evita multas e monitora indicadores por meio de alertas, relatórios e cronogramas automáticos.
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