Você se preocupa em seguir as leis ambientais? Foca em evitar um impacto negativo no ambiente ao redor? Ferramentas como a Global Reporting Initiative (GRI) são essenciais para mostrar que, além de ser consciente sobre os riscos de suas atividades, sua empresa aplica medidas para mitigá-las.
Sustentabilidade e crise climática são assuntos amplamente discutidos atualmente. É fato: 2023 foi o ano mais quente dos últimos 100 mil anos. As empresas não apenas são responsáveis por essa alteração no clima, mas também já sentem os custos da crise.
Se você deseja mudar esse quadro, ter um relatório de sustentabilidade é um passo importante para mostrar seu compromisso. Entenda o que é o relatório Global Reporting Initiative (GRI) e como criá-lo.
O que é Global Reporting Initiative (GRI)?
Global Reporting Initiative é uma organização sem fins lucrativos que desenvolveu uma estrutura de relatórios de sustentabilidade voltados ao segmento corporativo. Essa documentação auxilia empresas, instituições e até o governo a prestar contas sobre o impacto de suas atividades no planeta.
No Brasil, a Global Reporting Initiative também funciona como base para relatórios, pois o seu modelo é universalmente aceito. Para empresas que desejam expandir seus negócios em outros países, por exemplo, é essencial contar com o modelo.
O relatório permite que a empresa cite suas ações de sustentabilidade, direitos humanos, responsabilidade socioambiental e modelo de governança. Portanto, é um documento que segue as práticas ESG (Ambiental, Social e Governança).
Como é a estrutura de um GRI?
A estrutura do GRI é modular, composta por normas inter-relacionadas. Toda a sua estrutura se forma por pastas e cadernos. As pastas são as subdivisões dos módulos do GRI. Dentro delas estão os cadernos, com as normas que a empresa precisa seguir para criar seu relatório.
Ao todo, três séries de normas embasam o processo de relato:
Normas gerais ou universais
Servem para todas as organizações, independentemente do segmento ou localidade. Fornecem a base para o relatório GRI. Correspondem aos cadernos 1, 2 e 3;
Normas setoriais
Guiam setores econômicos específicos. Para encontrá-los, procure por pastas com dois algarismos, como 11 ou 12.
Alguns segmentos não contam com uma pasta no relatório GRI. Se esse for o caso da sua empresa, faça o relatório sem considerar esse aspecto.
Normas temáticas
Orientam a divulgação de determinados temas e, por isso, contam com conteúdos relevantes para cada um.
No site da Global Reporting Initiative, você encontra os arquivos em português disponíveis para download.
Quais as vantagens do relatório Global Reporting Initiative?
A importância do Global Reporting Initiative aumenta com o interesse do consumidor por práticas sustentáveis. Algumas das principais vantagens são:
- conformidade com expectativas globais;
- transparência e credibilidade no mercado;
- adaptação ao contexto específico da empresa;
- compreensão de forças e fraquezas;
- boa reputação diante da sociedade.
Continue a leitura para entender com mais detalhes.
Conformidade com as expectativas logbais
O GRI tem reconhecimento internacional, o que facilita o alinhamento com outras iniciativas globais, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). As organizações que seguem o GRI demonstram seu compromisso em contribuir para objetivos globais, o que pode ser valorizado por investidores e parceiros comerciais que buscam empresas com práticas responsáveis
Transparência e credibilidade no mercado
O sistema modular do GRI permite que as empresas divulguem informações detalhadas sobre suas práticas de sustentabilidade, o que constrói confiança com stakeholders — investidores, clientes, reguladores e comunidades.
Esse nível de transparência pode melhorar a imagem da empresa e demonstrar compromisso com a responsabilidade corporativa. Empresas que adotam o GRI frequentemente ganham uma reputação mais forte como líderes em práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
Adaptação ao contexto específico da empresa
Como o relatório se estrutura por módulos flexíveis, as organizações podem escolher o que é mais relevante para seu negócio. Enquanto companhias do setor de energia focam em indicadores ambientais, por exemplo, as de tecnologia priorizam aspectos sociais e éticos, como diversidade e privacidade de dados.
Essa flexibilidade ajuda a personalizar o relatório conforme as necessidades e impactos específicos da organização
Compreensão de forças e fraquezas
Aqui, a compreensão das forças e fraquezas refere-se a atividades sustentáveis que a empresa está ou não implementando. Existe algum sistema para garantir que os fornecedores e parceiros não aplicam trabalho análogo à escravidão? As matérias-primas são sustentáveis? Há um uso excessivo de plástico em seus produtos ou serviços?
Boa reputação diante da sociedade
Uma empresa que se compromete com um relatório de sustentabilidade alcançam uma reputação melhor com stakeholders e, principalmente, seu público. Estudo do instituto de pesquisa Locomotiva e da consultoria global PwC mostram que sete a cada dez jovens pagariam mais por mais comprometidas com causas sociais e ambientais.
Como fazer um relatório GRI?
Um relatório GRI é elaborado e exige uma leitura profunda dos documentos da organização para fazê-lo. Contudo, os principais pontos que você deve seguir são:
- escolher o formato;
- conhecer as normas;
- desenvolver o G4 Content Index.
A Global Reporting Initiative conta com uma série de normas e diretrizes. Dessa forma, o relatório da empresa fica detalhado. Se houver comprometimento, será preciso atualizá-lo sempre que houver uma mudança no comportamento socioambiental da companhia.
1. Escolha o formato
Um relatório GRI não precisa necessariamente seguir todas as regras à risca, e sim os princípios e diretrizes principais estabelecidos pelo Global Reporting Initiative. O documento permite certa flexibilidade, desde que consiga cobrir os pontos mais relevantes e aplicáveis à organização.
O GRI segue uma abordagem baseada em materialidade, ou seja, aborda os aspectos mais significativos para a organização e seus stakeholders, mesmo que a empresa não possa aplicar todos os tópicos ou indicadores. Contudo, a empresa precisa explicar claramente por que não os incluiu ou manteve uma abordagem mais limitada.
O detalhamento é importante para manter a transparência e a credibilidade do relatório, além de garantir sua utilidade para os leitores mais interessados, como investidores e reguladores, que buscam informações consistentes e comparáveis.
2. Desenvolva o G4 Content Index
A G4 Content Index é uma tabela que apresenta cada indicador do relatório e suas páginas correspondentes.
É uma forma de apresentar as diretrizes GRI adotadas pela empresa, pois funciona como um índice e simplifica o entendimento sobre o documento.
Geralmente, o relatório GRI conta com os seguintes tópicos:
- Standard: a pasta GRI correspondente (por exemplo: GRI 102);
- Conteúdo: a diretriz correspondente (GRI 102-16 Valores, princípios, normas e códigos de comportamento);
- Página: em qual página aquela atividade se encontra;
- Omissão: se houve ou não omissão com relação à atividade. A empresa pode usar esse tópico para inserir justificativas ou colocá-las em “Razões para omissão”;
- Informações complementares: é o tópico que varia. Pode constar com razões para omissão ou algum tipo de informação sobre o resultado da ação.
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Como visto, o relatório Global Reporting Initiative centraliza todas as ações socioambientais, tanto positivas quanto negativas, que uma empresa faz. Bons relatórios de sustentabilidade dão mais clareza sobre suas atividades e trazem um diferencial competitivo.
Quanto maior é a operação, porém, mais difícil é a coleta de dados para relatórios. E esses documentos só existem se houver dados.
Nesse contexto, a tecnologia é uma aliada fundamental para a coleta e monitoramento de informações de empresas que desejam cresce de maneira ambientalmente responsável.
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