A liberação excessiva de dióxido de carbono na atmosfera provoca grandes problemas para a natureza, saúde das pessoas e o planeta terra em geral. Pensando nisso, cada vez mais as empresas estão buscando alternativas para a redução dos impactos das suas ações no meio ambiente, e uma delas é o carbono zero.
Pensando na preocupação do planeta com as emissões de carbono e avanço do efeito estufa, nesse texto vamos abordar o que é o carbono zero, como surgiu, as principais técnicas para a sua neutralização, exemplos de empresas que adotaram o carbono zero, o que são os créditos de carbono e como comercializá-los e por fim como funciona o carbono neutro no Brasil.
O que é o carbono zero?
O carbono zero tornou-se uma grande pauta mundial devido ao aumento da temperatura da terra.
A concentração de gases poluentes na atmosfera causa um desequilíbrio no efeito estufa, isso é a quantidade ideal dos gases que permanecem e saem do planeta, mantendo a temperatura certa da terra.
Sendo uma alternativa com o objetivo de evitar as consequências causadas pelo excesso de emissão dos poluentes do dióxido de carbono.
Contudo, ter neutralidade de carbono é reduzir onde é viável e equilibrar o restante das emissões, por meio da compensação.
Sendo assim, nos dias atuais já é possível calcular a quantidade de CO2 que é emitida tanto por pessoa quanto por empresa, por produto produzido ou até mesmo pelo governo.
Aliás, a partir dessas informações, é iniciado o objetivo de neutralizar o carbono, adotando medidas que diminuam tanto as possíveis emissões de CO2 quanto os mecanismos de compensação de emissão.
Assim, podendo variar as ações como a economia de energia reutilizáveis da água, até outras atividades mais complexas, como no caso das indústrias.
Todavia, o carbono zero é uma realidade emergencial tão importante que está presente nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Como surgiu?
O termo surgiu no Japão, na cidade de Kyoto, em 1997. Mais de 140 representantes dos mais diversos países estavam presentes, com o objetivo de debater as ações e metas para a redução da emissão dos gases de efeito estufa à atmosfera.
Esse encontro gerou um documento nomeado como “Protocolo de Kyoto”, um tratado que foi assinado por 55 países, surgindo assim o conceito de Carbono Zero.
No decorrer dos anos, as metas foram sendo aperfeiçoadas, atualizadas, novas definições surgiram, porém, sempre visando o objetivo principal: a redução da emissão dos gases.
Quais são as principais técnicas da neutralização de carbono?
Praticamente qualquer atividade gera carbono, portanto, até mesmo um deslocamento de carro até o trabalho gera um prejuízo ambiental.
Contudo, da mesma maneira, a comida comprada no supermercado também passa por processos que geram CO2.
Todavia, é fundamental que medidas sejam tomadas por todos para mitigar as consequências e buscar uma neutralização de carbono, retardando o aquecimento global e gerando qualidade de vida.
Ações para auxiliar na neutralização de carbono:
- Utilizar energias renováveis
- Descartar corretamente os resíduos e compostagem de orgânicos
- Usar com eficiência os recursos naturais (água, minerais, alimentos)
- Reduzir o consumo supérfluo de qualquer item (alimentação, vestuário)
- Plantação de árvores
Exemplos de empresas que são carbono neutro:
Microsoft
Querem ser negativadas em carbono até o ano de 2030. Aliás, eles querem remover do meio ambiente todo o carbono que a empresa emitiu pelo consumo elétrico desde 1975.
Natura
A empresa coloca em prática desde 2007 o Programa Carbono Neutro, que tem o intuito de controlar, reduzir e neutralizar as emissões.
Apple
Tem o objetivo de zerar as emissões de carbono até 2030.
Nike
Lançaram a iniciativa Move to Zero, o objetivo é ser carbono neutro e produzir peças do vestuário sustentáveis.
Danone
O intuito é a diminuição do consumo de água, que 100% da energia seja de fontes renováveis e zerar o impacto dos resíduos destinados a aterros.
O que são créditos de carbono?
O Crédito de carbono é caracterizado como uma moeda utilizada no mercado de carbono, onde um crédito é equivalente a uma tonelada de CO2 que deixou de ser produzido e liberado no meio ambiente.
Aliás, quando outros gases deixam de ser lançados na atmosfera, são emitidos créditos com base em uma tabela de carbono equivalente.
Para entender melhor, é possível acompanhar o exemplo do Metano (CH4):
Assim como o CO2, o metano também é um causador do efeito estufa. Porém, o seu potencial de aquecimento global é 21 vezes maior que o potencial do CO2.
Portanto, 1 tonelada de metano reduzida ou retirada da atmosfera é equivalente a 21 créditos de carbono.
Como os créditos de carbono são gerados e comercializados?
Os créditos são gerados por meio dos investimentos que promovem estratégias que geram uma economia de baixo carbono, como, por exemplo, o uso de energias renováveis.
As empresas que conseguem reduzir as suas emissões de gases, geram ainda mais créditos de carbono.
Portanto, esses créditos vão ser vendidos para as empresas que não atingirem os limites mínimos de redução, assim compensando as emissões. Gerando benefícios para os dois lados.
A comercialização deve ser feita conforme as regras do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), e pode ser unilateral, bilateral ou multilateral.
Unilateral: São os projetos em desenvolvimento que ocorrem no próprio território. Precisa promover a redução da emissão de CO2, gerando créditos que poderão ser comercializados por um valor definido pelo próprio país que desenvolveu o projeto em território nacional.
Bilateral: Projetos elaborados por um país em desenvolvimento, podendo ser executados em um segundo país em desenvolvimento, sendo denominado como “país hospedeiro”. O CO2 não emitido à atmosfera vai gerar créditos para o país que implementou os projetos.
Multilateral: Nessa modalidade os projetos e estratégias de redução da emissão de carbono são implementados e financiados por fundos internacionais.
O carbono zero no Brasil
O Brasil não possui uma iniciativa voltada para o carbono zero. Porém as grandes empresas e ações realizadas em âmbito menores, têm ganhado visibilidade e adesão do nosso país nesse objetivo.
Portanto, desde a educação nas escolas, as ações individuais e até ações de maior amplitude em empresas, todos os movimentos em prol do carbono zero são bem vindos.